“Eu já vi gente secar planta só com uma olhada”. Em casa nós sempre cultivamos uma planta que dá sorte “.” Uma amiga minha só arrumou casamento depois de espalhar pela casa uma planta que atrai marido “. Até mesmo pessoas que não cultivam plantas já ouviram falar dos estranhos poderes de determinadas plantas. Será verdade ou não passa de superstição?
No Brasil existem muitas lendas e crendices relacionadas às plantas. Elas contribuíram para que se reservassem até hoje certas superstições. Entre as mais curiosas está a de que certas pessoas são capazes de fazer mal às plantas e a outras pessoas. São portadoras do temido “mau-olhado”.
“Escondam as plantas que ela chegou…”
Batem à porta. A dona casa vai atender. É uma amiga que veio saber como andam as coisas. Imediatamente, a anfitriã, mesmo com o risco de passar por mal-educada, pede-Ihe para esperar e corre a dizer ao pessoal de casa: depressa, escondam as plantas que ela chegou. Nem é preciso dizer mais. Todo mundo já sabe que se trata de alguém capaz de fazer secar ou murchar a mais bela e resistente planta que haja na casa. Mas as pessoas que temem o mal-olhado não precisam recorrer sempre a atitudes tão drásticas. Elas mesmas conhecem plantas capazes de neutralizar a ação nefasta de qualquer mal-olhado ou má intenção.
Plantas protetoras, benfazejas, aziagas
Muitas “comadres” recomendam perfumar a roupa branca dos recém-nascidos com alfazema(Lavandula vera) para protegê-las de “quebranto” (nome popular do mau-olhado).
Em benzeduras contra mau-olhado em geral não pode faltar arruda (Ruta garveolens); e a arruda-macho serve para espanar ou surrar a casa, com a finalidade de afugentar os maus espíritos.
Espada-de-São-Jorge, guiné e comigo-ninguém-pode também aparecem com frequência em portas e soleiras de casas para proteção dos moradores; e em estabelecimentos comerciais, para garantir bons negócios. A espada-de-São-Jorge tem outra peculiaridade: tanto pode ser, benfazeja quanto aziaga. A variedade de borda branca dá sorte e ajuda a resistir às artimanhas do demônio. Mas da variedade de borda amarela é bom guardar distância: além de dar azar, ela facilita ao diabo o acesso à pobre alma de quem a cultiva.
Plantas casamenteiras
Além de dar sorte, o alecrim (Rosmarinus officinalis) devido a seu cheiro muito ativo e durável, atrai namorados ou futuros maridos. Por isso, muitas moças costumam usar um raminho dessa planta nos seios ou nos cabelos.
Quem quiser saber com quem vai se casar pode recorrer a um sortilégio bem antigo: espetar com uma faca o tronco de uma bananeira a meia-noite da véspera de São João, o liquido que escorre forma no dia seguinte, a inicial do futuro marido ou esposa.
A planta que salvou uma nação
Informa Osvaldo Orico em seu livro Mitos Ameríndios e Crendices Amazônicas (Editora Civilização Brasileira/MEC, 1975) que existem em todo o Brasil, principalmente no Norte, inúmeras lendas a respeito da origem e dos poderes de certas plantas. Uma das mais bonitas diz respeito ao taja (Caladium bicolor), planta que aparece em inúmeras variedades.
O taja muito apreciado no Norte, pois segundo uma lenda, salvou a nação dos macuxis, índios que tinham fama de covardes e preguiçosos. Eram sempre escorraçados e dizimados por outras tribos, não se reproduziam em grande número, nem conheciam o amor em sua plenitude.
Um dia, o índio Pakalamoka foi à Mãe-do-Mato, e esta lhe ensinou como livrar os macuxis de seus males. Ao nascer da lua, Pakalamoka dirigiu‑se a um lago que ela indicara e, ao chegar viu um bando de pássaros. Flechou a ave que voava mais alto e colocou em torno de onde ela caiu capim e gravetos, e fez uma fogueira. Deitou-se e dormiu. Ao acordar, viu ao redor de si e do lago tajás com folhas de vários feitios e cores deslumbrantes:
– o tajá que defende a roça;
– o tajá que o torna bom caçador e bom pescador;
– o tajá que o faz invisível aos inimigos e maus espiritos;
– o tajá que o poupa das fadigas da guerra, da caça, etc.;
– o tajá que o faz vencer as disputas tradicionais da tribo; e
– o tajá que o faz amado.
Como lhe ensinara a Mãe-do-Mato, Pakalarnoka arrancou os tajás necessários ao trabalho, à saúde, à paz, aos amores e à felicidade, e levou a seu povo. A tribo tornou-se numerosa, valente; nunca mais lhe faltaram peixes nem caça; e cessarem as doenças
Plante sorte em sua casa
Trevo de quatro folhas traz sorte e felicidade. Para quem acredita nessa afirmação e para quem não acredita e quer se garantir, não é preciso ficar esperando e procurando as quatro folhinhas, nascidas ao leu de que fala a canção popular. Basta comprá-lo ou cultivá-lo.
O trevo multiplica‑se por bulbos (cada pé da 7 ou 8 bulbos). Retire os bulbos da terra em junho. Limpe-os e guarde-os num lugar seco e escuro até meados de agosto/setembro.
Ao guardá‑los, embrulhe-os com cuidado, pois são bem pequenos, do tamanho de um grão de feijão.
Plante o trevo em vasos pequenos com terra vegetal; mantenha-o constantemente úmido até a germinação (cerca de 30 dias). Muito resistente, o trevo não necessita de adubo e gosta de sol direto; regue‑o de duas a três vez por semana.
Fonte de pesquisa: Livro Plantas e Flores